III

Nos olhos teus não vejo mais a chama,
a interna  chama ardente da paixão,
aquele olhar que tudo entorno inflama,
um mar de amor, de sonhos, de ilusão;
 
nem tuas mãos procuram-me na cama,
teu corpo, exausto,  vive em reclusão,
e sempre teces tua própria trama,
ausente de ti mesmo e da razão.
 
A tua tez está vincada agora,
os teus cabelos mais parecem paina,
e o teu olhar somente paz traduz.
 
És fonte de ternura em minha aurora,
que a minha dor, sem fim, acalma, amaina,
o teu olhar, que asperge amor e  luz.
 
Brasília, 28 de Março de 2010.

Livro: CICLOS, pg. 27
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 28/03/2010
Reeditado em 09/09/2020
Código do texto: T2164055
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