Negra nau
Psykhé navega a noite nua em negra nau
Vozes sem nomes se ouvem na escuridão
Dançam espectros numa orgia sem final
Voláteis brumas se arrastam ao rés do chão
Mentes empíricas sonham mundos irreais
Enlaçam os corpos de soturnas fantasias
Plasmam personas ligadas aos ancestrais
Eclodem em fogo no mundo das agonias
Os sonhos vão se consumindo bem aos poucos
A vida chora e segue o seu rastro tão banal
São vidas secas, secos seres, seres loucos
Onde confundem-se o humano e o animal
Atravessa a negra nau os mares da alegoria
Trazendo em sua proa o olhar sinistro do espia