Centésimo soneto
Silencio... não há nada o que dizer
Faltam me palavras, falta-me talento
E tudo o que eu tenho neste momento
É muita angustia ainda por sofrer
Aqui, só se escuta o zunir do vento
De onde vi tantas vezes o sol nascer
julguei um bom lugar para morrer
pois ninguém testemunhará o meu tormento
Neste monte, em que enterrarei em breve
Não o poeta, não o homem que vos escreve
Mas um jovem eternamente amargurado
Este mancebo que por muito absteve
De se ver novamente apaixonado
Deve por fim, ser assassinado