Vozes

Ando a perambular por negras ruas

Vulto envolto numa trama sem matiz

Meu lado fosco onde vislumbro duas luas

É o não da vida a me negar o que eu quis

São toscas imagens refletidas em espelhos

Da sombra escura que de mim tudo dirá

Ouço sua voz a me prostrar sobre os joelhos

É a voz rude e torpe que a mim revelará

Mundos insanos, sombras a se multiplicar

Vastos campos onde o céu toca o chão

Onde flores vermelhas acalentam o luar

Oh! Vozes que não se calam um só segundo

Onde está vossa verdade, vossa razão?

Se nada tenho, nada sou, perdi meu mundo