Poeta ao Mar !

Às vezes eu me sinto em meio a uma procela,

com ondas gigantescas sacudindo a nau,

que fica reduzida a frágil caravela

em que estala assustadoramente todo o vau.

E nesse pesadelo sofro e enfim acordo,

querendo que o despertar bons ventos traga

e que da próxima vez que suba a bordo

esteja manso o mar, se acalme a vaga.

Mas sei que na realidade o mar bravio

é um cenário irreal, que eu mesmo crio,

e onde mergulho atrás da inspiração.

E o que esta história de aventura encerra

é a imaginação de quem só vive em terra

e só conhece como porto a solidão.

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 27/03/2010
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