AH!... SE EU QUISESSE...
Quisera poder sorver este cálice de ventura
Que a vida em taça vil e escura me oferece...
E esquecer toda esta pungente desventura...
Esqueceria o que eu quisesse... Ah! Se eu pudesse!
Quisera, eu ferina, quebrar esta taça de fel
Após sorver seu amargo e fatídico conteúdo
Eu elevaria minha alma em sonhos ao céu...
E em vão, esqueceria a morte e a vida... Tudo!
Se eu pudesse ao menos por alguns instantes...
Esquecer esses medos fugazes... inconstantes
Secaria ao vento este fio de lágrima que desce...
Quisera, enfim, eu poder sentir que estou morta...
Abriria de vez, em sobressalto esta rústica porta
Ante a qual eu peco em prece! Ah!... Se eu quisesse!
Goiânia-GO, 26 de março de 2010.
SIRLEY VIEIRA ALVES
Economiária Aposentada
INSS/CEF/FUNCEF
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
“POETISA”