CANTAR DE PERDIÇÃO
(CANCIONEIRO MEDIEVAL)
Por mor d'amar-vos tanto, rojei-me ao sofrer,
Um rôr de chagas e pranto é o meu viver,
Senhôr, de meus olhos corre fel e sal em águas,
Ai fôreis vós curandeiro das minhas mágoas!
Senhôr, de mim mesma rasgo sedas de minh'alma,
Em dôr me dou à contenda, almejando o bálsamo
De pôr os meus olhos tristes nos vossos tão doces,
E amôr ler nos olhos vossos, ai quem dera fosse!
Em flôr me serei donzela e o que quiserdes,
D'olôr a rosas e mel t'ungirei meu espôso
Meu côrpo campo de lírios em nada t'escuso.
Se fôr de vós a tenção de não me quererdes,
Ai, dôr, de mim tende dó, que môrro d'amôres...
Senhôr, à minha mortalha vinde e trazei flores!
(perdoem-me se o arcaísmo cheirar a môfo... ou a plástico!...)
(CANCIONEIRO MEDIEVAL)
Por mor d'amar-vos tanto, rojei-me ao sofrer,
Um rôr de chagas e pranto é o meu viver,
Senhôr, de meus olhos corre fel e sal em águas,
Ai fôreis vós curandeiro das minhas mágoas!
Senhôr, de mim mesma rasgo sedas de minh'alma,
Em dôr me dou à contenda, almejando o bálsamo
De pôr os meus olhos tristes nos vossos tão doces,
E amôr ler nos olhos vossos, ai quem dera fosse!
Em flôr me serei donzela e o que quiserdes,
D'olôr a rosas e mel t'ungirei meu espôso
Meu côrpo campo de lírios em nada t'escuso.
Se fôr de vós a tenção de não me quererdes,
Ai, dôr, de mim tende dó, que môrro d'amôres...
Senhôr, à minha mortalha vinde e trazei flores!
(perdoem-me se o arcaísmo cheirar a môfo... ou a plástico!...)