Amor quase perfeito
Amor quase perfeito
Como gotas infindáveis de chuva no deserto
Aplacas a emoção contida em meu peito
Quando carinhoso ris e num trejeito
Encurta a distância e traz-me para perto
Orvalhas com ósculos meus cabelos desfeitos
Num ritual que aos deuses inveja por certo
Navegas em meu corpo como em mar aberto
Aventurando-se nas ondas d’um amor quase perfeito
Teces com raios de luar a minha noite
Fazes das carícias o mais delicado açoite
Dedilhando em minha pela sensual melodia
Compuseste, sem dúvida, musical a revelia
Envolto nas tramas complexas da paixão
E d’uma divindade chamada coração.
Norma Bárbara