Singrando pelos mares do destino
Singrando pelos mares do destino,
Pescando o amor em tudo, na ventura
Feri-me nos corais do desatino,
No espinho da paixão fui à desventura,
Fui, pelo encanto, quis ter da beleza
As doces fantasias, vi somente
Os coloridos, a plástica e a nobreza...
Essas cousas que excitam o amor na gente.
Fui destemido, à hipinose atado
Toquei o arpão num beijo, e displicente
Senti o seu veneno em mim cravado.
Morri de dor, mas volto ao meu batente,
porque buscar o amor e um pescado
É coisa que mais dá prazer à gente.