DOR DO AMOR

Talvez eu não devesse amar-te tanto;

Amar-te tanto assim me é cruel,

A distância me faz banhar em pranto

E a saudade é amarga como o fel...

Mas que culpa tenho eu se teu encanto

Fez-me do teu amor apenas réu?

Se eu tento fugir e, no entanto,

Assim longe de ti eu vivo ao léu?

Só resta-me o destino tão perverso,

A sina tão comum de um poeta,

Que, enquanto chora o seu dissabor,

Desenrola os fios de cada verso,

Costura a saudade que o afeta

E borda no poema a dor do amor...

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 20/03/2010
Código do texto: T2148930
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