Cachoeira do tempo
Cachoeira do tempo
Sombras opacas estão no meu olhar a florescer
No silêncio do amanhecer estarrecedor
Busco-te entre as dobras do lençol acolhedor
Lençol tão alvo que as lágrimas tende aparecer
Nas redes de incertezas d’um sonhar a viver
Gotículas de orvalho formam um coração em dor
Na cachoeira do tempo são mágoas de amor
Assunto mal resolvido que no intimo está a verter
Passado e presente se confundem a revelia
Numa angústia ressoando em melodia
Com acordes que rompem qualquer barreira...
Vagando sem rumo, o pensamento sem direção
Oscila na cachoeira do tempo da paixão
Sufocando os sentimentos numa noite traiçoeira.
Norma Bárbara