Naja

Naja

Daquele jeito que você me olhava

De corpo encoberto, desnuda alma

De fronte inclinada, angélica calma

Em mim por ti, já me apaixonava

O furtivo olhar que me enfeitçava

Flagelando o corpo, no peito o trauma

Ao castigo da mão, exibo a palma

Que de tal masmorra já me alegrava

E me olhavas assim algóz princesa

Com amendoados olhos já me aprisionava

Como voráz serpente submete a presa

E te adonavas de mim com tal certeza

Que cativo a ti, já me avassalava

Como aldáz rainha de grande beleza

Valdívio Correia Júnor