DO VERBO HAVER
Pelo tempo há um tempo intangível que não passa,
Incontáveis são as horas que não saem do lugar,
A inquietude vence a calma e a oprime em mortalha...
Metafórica realidade que insiste em chegar.
Qual as águas cristalinas dum rio que corre frouxo
Há a poesia a deslizar pelo meandro mais fugaz
Leve fluxo à cabeceira dum descanso...ao conforto!
De poder haver tranquilo...pelos versos a navegar.
Há um aperto, uma vontade, um vácuo a me dissipar,
Qual poema abortado que tem tanto a falar!
Há um espanto, um quebranto, minha alma a trepidar,
Na beleza dos momentos que desistem de ficar.
Pulso forte apaziguado pronto a taquicardizar...
Há também essa saudade sempre fora do lugar.
Nota:
Porque a ninguém pertenceria um falso direito de sufocar a poesia...