Mutante
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Experimentei muito na juventude, sim!
Hoje, na idade madura e mais centrado,
Ainda não posso, plenamente, dispor de mim.
O outrora me abriu a projetos ousados...
Meus olhos, minhas mãos... Meus sentidos.
Vejo e sinto apenas aparências que não são.
E neste verso sinto que denego, aos ouvidos,
A disforme nua realidade da própria negação!
Talvez esteja empobrecendo a magia do existir!
Se minha visão não sente como deveria, o que fazer?
O movimento é incessante na completude da ação.
Tenho pés sólidos, base estável, mas o porvir
Não pode ser entendido permanente, pois é vulcão!
E o que arde queima, eternizando todo amanhecer.
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 16 de março de 2010.
16h41min