Soneto

Amor é coruscante sepultura;

É incessante atroz nostalgia;

É doença de que cuidar não cura;

É dormência qu’em meus olhos dormia;

É o Amor fragilíssima estrutura;

É mal que só bem querer pretendia;

É amargor que subjuga a doçura;

É o sentimento que me não sentia;

É, pois, também, duma profundidade

Tamanha que dele fugir não posso,

Não podia, e jamais de poder hei.

Permaneço, sim, atado em seu fosso;

E, inda que me mostre inimizade,

Amor é coisa que odiar não sei.

Jack Fernandez
Enviado por Jack Fernandez em 15/03/2010
Código do texto: T2139884
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