C I Ú M E S

C I Ú M E S

Sem tampa não há pote velho, raso ou fundo,

dizia a sogra idosa, com sã sapiência;

falava as vozes da sua longa vivência;

o saber antigo faz o sabor do mundo.

Une-se um homem à mulher com a influência

do belo e jovem corpo que seu olhar inunda;

vêm carências de amor e o gênio, se iracundo,

extravasa no homem ciúme e incoerência.

Por que, perguntam os fados, essa ilusão,

se todas elas perfazem igual função?

Por que a escolha do só belo em quem não confia?

Ciúme tem sabor de posse, não é amor;

é orgulho que fere o belo num corpo em flor;

embasa-se na honra para usar de energia.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 15/03/2010
Reeditado em 15/03/2010
Código do texto: T2139213
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.