Locomotivas
Fagner Roberto Sitta da Silva
Tarde. Olho a ferrovia desativada,
que o mato toma conta, da alta ponte.
Olho, tudo foi reduzido a nada,
e não pude ver todo o vil desmonte!
E a malha quase toda desmontada
que fazia curva num cortado monte,
de onde a velha estação era avistada,
também a via sumindo no horizonte.
Sumindo no horizonte como via
sumindo todos trens de minha infância,
mundo afora, porém, nem percebia
que essas locomotivas que a distância
fez questão de engolir, iam um dia
formar imagens de íntima importância...
14 de março de 2010.