DILEMA

Porque foste presente e castigo,

Cravados em cruel dicotomia.

Porque foste relento e foste abrigo,

Exata reta em vasta assimetria.

Porque foste o antídoto e o veneno

Servidos nessa taça; homogêneos.

Porque foste o pudico e o obsceno

No oco desse peito; heterogêneos.

Foi que perdi o rumo, o caminho

E trouxe a razão em desalinho,

Valsando entre a euforia e o tédio.

Ergui um patamar, desfiz os planos,

Plantei certezas e colhi enganos,

Porque foste a doença e o remédio.

Frederico Salvo

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Direitos efetivos sobre a obra.

Frederico Salvo
Enviado por Frederico Salvo em 14/03/2010
Reeditado em 14/03/2010
Código do texto: T2138298
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