SONETO NATIMORTO


Choro ao me ver nos versos esquecidos
provindos de minh’alma, franca e pura!
Melhor seria não os ver nascidos,
compô-los sem registro ou escritura.

Carinhos calorosos concebidos
para os sonhos de espera e de procura.
Lamentos literais desconhecidos,
como se fora breu em noite escura!

Talvez seja das rimas o mal feito,
talvez do verso o verbo meio torto
ou já não saiba mais versar direito.

Naufragado navio em frente ao porto!
Retiro o meu soneto. É sem proveito.
Não tem sinais de vida. É natimorto!

Odir, de passagem




oklima
Enviado por oklima em 13/03/2010
Reeditado em 29/10/2010
Código do texto: T2137006
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