O SACI-PERERÊ [CLXXXVIII]
Negrinho bom, mas tido por danado,
o Saci-Pererê mantém-se nesta
– flanar, à toa, donde que se presta
a ser um viajor bem-humorado.
É da fauna e da flora (a lenda atesta)
aquele grande e mais fiel soldado,
pulando numa perna, já prendado,
que a sua vida nunca teve sesta.
Fumando seu cachimbo, o tal pretinho,
de barrete vermelho, faz das suas
e aos viajantes prega mil partidas.
Tem mágicos poderes e, daninho,
graceja, faz trapaças, senta as puas
nas trapalhadas tão mais atrevidas.
Fort., 13/03/2010.