Chuva Vital (1° tentativa de soneto)
Rindo lá fora, de orvalho as gotas austeras
Olhares misteriosos guardam em si mesmas,
Escondidas da divina silhueta eterna
Entreolham-se das conchas empurrando os meses.
Milhares de nuvens são formadas das lágrimas
Daqueles homens molhados
e solitários
Ainda infantes que esperam por milagres
De redentores que eles mesmos já mataram.
O cheiro da terra molhada não nos tira
A liberdade lavada em esquecimento
Que os humanistas inflam com meias mentiras.
Que venha-nos o novo, terra renovada.
Que as águas afoguem
o que já está morto
Que os homens renasçam, mas não sejam levados.