Chuva Vital (1° tentativa de soneto)

Rindo lá fora, de orvalho as gotas austeras

Olhares misteriosos guardam em si mesmas,

Escondidas da divina silhueta eterna

Entreolham-se das conchas empurrando os meses.

Milhares de nuvens são formadas das lágrimas

Daqueles homens molhados

e solitários

Ainda infantes que esperam por milagres

De redentores que eles mesmos já mataram.

O cheiro da terra molhada não nos tira

A liberdade lavada em esquecimento

Que os humanistas inflam com meias mentiras.

Que venha-nos o novo, terra renovada.

Que as águas afoguem

o que já está morto

Que os homens renasçam, mas não sejam levados.

Gabriel Dorio
Enviado por Gabriel Dorio em 13/03/2010
Reeditado em 17/09/2015
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