Discreto retrato
Começa em baixo por duas pernas fortes
Bem torneadas, roliças, um portento
Que serve de pilar ou de sustento
A uma anca parideira de tal porte
Que não admira ver cá mais em cima
Um peito farto, altivo, tentador
Num conjunto que foi feito p´ro amor
Como logo vê quem se aproxima.
Acaba a construção uma cabeça oval
Bem unida ao tronco por um pescoço grosso
E tem um olhar duma ingenuidade tal
Que o desejo ferve. Chama-se Alice
Eu sou um cavalheiro e não posso
Dizer mais que aquilo que já disse.