poema-pedra...
In memorian de João Cabral de Melo Neto
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a pedra-verso no concreto armado
é rima opaca na linguagem insana;
o verso-pedra que a palavra inflama
é signo morto no papel rasgado!
a pedra-rima sustentando a porta
é vida plena na memória opaca;
a rima-pedra claramente morta
esconde a luz no corte frio da faca!
pedra-poema totalmente esguia
é imagem toda no vazio do espaço
e o verso-pedra no sapato guia
é poesia, enfim, na linguagem traço!
poema-pedra, bicho preso ao laço,
é letra insana em um papel poesia!
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