O SILÊNCIO DO ORÁCULO
O martírio do amor! Cada tentáculo,
como um polvo gigante me asfixia
apertando-me o peito, o habitáculo
de cada verso meu, cada poesia!
Recorro à musa, doce sustentáculo,
que sonetos de amor me propicia:
- O que faço da ausência, esse obstáculo
que me deixa mais triste a cada dia?
Um oráculo cego, que me ouvia
nas trevas imortais do Tabernáculo,
rezou: “Somente o amor vos salvaria”.
Procurar o amor ainda imáculo...
- Fala-me, oráculo, dessa fantasia!
Eu vou amar a quem? - Cala-se o oráculo...
Odir, de passagem,