Novamente amargo

E vivi... Apenas o suficiente para poetizar.

E havia algemas que me grudavam ao teu corpo,

E de tanto eu olhar para o que é belo, porém, oco,

acabei por não viver o suficiente para amar.

E foi-se a vida, nos padrões da própria vida.

Cheia de cláusulas e artigos inúteis.

Cuidávamos da nossa arte, austeros, não fúteis,

acelerávamos a parte do amor que em nós não foi infinita.

Sorri, assim, desajeitado e opaco,

sem flores pra te entregar, sem nada,

sorri novamente... Novamente amargo.

Cuidei dos laços, embora estejam desatados...

E sem flores permaneci, ainda triste,

e sem ti, vivi apenas o suficiente para um poeta desajeitado.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 09/03/2010
Código do texto: T2128840
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