Novamente amargo
E vivi... Apenas o suficiente para poetizar.
E havia algemas que me grudavam ao teu corpo,
E de tanto eu olhar para o que é belo, porém, oco,
acabei por não viver o suficiente para amar.
E foi-se a vida, nos padrões da própria vida.
Cheia de cláusulas e artigos inúteis.
Cuidávamos da nossa arte, austeros, não fúteis,
acelerávamos a parte do amor que em nós não foi infinita.
Sorri, assim, desajeitado e opaco,
sem flores pra te entregar, sem nada,
sorri novamente... Novamente amargo.
Cuidei dos laços, embora estejam desatados...
E sem flores permaneci, ainda triste,
e sem ti, vivi apenas o suficiente para um poeta desajeitado.