"Etérea"

(Luiz Henrique)


Volátil tal qual o éter - esvai-se e no ar desaparece
Mas se (e quando) chegas, me fazes feliz eternamente
Inda que dê tão pouco, este amor jamais desvanece
Embora frugal o alimento, me sinto mais vivo que toda gente

A par de espaçada, rarefeita e inesperada a tua aparição
Faz-se sempre mansa, intensa, sensual - uma doce presença
Exala pelos olhos, voz, pele e poros a magia da sedução
Que nem me dou conta do sofrimento pelo lapso da tua ausência

És como pássaro raro, desses que por aí não mais se vê
Tens o vôo livre - instinto e temperamento de uma gaivota
Voa por prazer e vocação, sem saber para onde ou o por quê
Tens domínio sobre o tempo, somente ao amor se faz devota

E provavelmente assim seguiremos, creio, por toda uma vida:
Eu a espera do pouco que dás. E você a aplacar meus ais, querida



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