Chove-me a cântaros na alma
A chuva cai,feita de inverno
já não me traz nada de novo
são lágrimas que chora o povo
dor que não conhece interregno
Os dias vestem-se de noite
o sol teima em não aparecer
Deus não dá tréguas, vai chover
e o vento castiga, feito açoite
Sou permeável ao degelo
que engole a terra e a confrange
céu que agoniza, vão flagelo
Trago o desânimo no rosto
rio que verte um caudal aposto
chove-me a cântaros na alma