M U L H E R
M U L H E R
Por evos mais evos em caravana lesta
vai a caminho a fêmea, cabeça baixa.
À humilhança, a guerreira mulher se rebaixa;
servil, segue o macho, sem coroa na testa.
Ao ser desprezível o seu perfil se encaixa
no grêmio dos homens em cadência de festa,
que ao vê-la altiva lhe imputam obra modesta;
difamam e zombam do seu crédito em baixa.
Porém tu mesma te fazes mulher rainha
que com o despeito machista não se alinha.
Fere-se em ciúmes e de orgulhos se esperta.
E, incólume, a mulher segue os rumos da vida;
cumpre a bela missão que lhe foi conferida:
legar paz e amor; sentir-se, enfim, liberta.