NOVO POETA IDOSO
O NOVO POETA IDOSO
Tem setenta e um, mas pensa e sente dezoito
jovem co’a experiência do alto dos noventa;
da faina crítica de opiniões se isenta
seu cominho pela vida foi largo e afoito.
Horas há que a escalada tem sabor de menta;
outras vezes, sem hora de escolha do introito,
embrenha-se em sua arte, quando, dia ou noite,
o estro vem à tona e em silêncio se apresenta.
É assim o poeta, de múltiplos carismas,
além do poema, faz contos, crônicas, cismas;
vezes se eleva ao pedestal do romancista.
Mas o poeta não se forma e não se cria;
é um dom de Deus o sublime da poesia
que o fez apto, desde evos, para esta conquista.