A UM AMOR QUE NUNCA VEIO
Da sorte atado aos vis entraves, canto
O amor, inculto amor que em mim vagueia,
E com a alma, de ternura, cheia,
E o meu olhar banhado em prantos.
Em tudo garimpei o amor apenas,
O esforço que eu fiz, foi só por ele...
Tendo o amor na esperança, fui à arena
Gradear com meu fado, a vida inteira.
Mas deu-se o amor em triste labirinto,
E ainda não o encontrei, e a tarde, chega,
Da vida em que se apaga, e tudo finda.
E assim eu vou trilhando a minha sorte,
Querendo ainda o amor, já desistindo;
E trocando os seus favores pela morte.