A UM AMOR QUE NUNCA VEIO

Da sorte atado aos vis entraves, canto

O amor, inculto amor que em mim vagueia,

E com a alma, de ternura, cheia,

E o meu olhar banhado em prantos.

Em tudo garimpei o amor apenas,

O esforço que eu fiz, foi só por ele...

Tendo o amor na esperança, fui à arena

Gradear com meu fado, a vida inteira.

Mas deu-se o amor em triste labirinto,

E ainda não o encontrei, e a tarde, chega,

Da vida em que se apaga, e tudo finda.

E assim eu vou trilhando a minha sorte,

Querendo ainda o amor, já desistindo;

E trocando os seus favores pela morte.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 05/03/2010
Código do texto: T2121167