AMOR FALHADO
AMOR FALHADO
Amor, ave que põe ovos de barro queimado;
bota o ovo; empilha os ovos – constrói uma gruta.
Traz a amada; ama a amada; se empenha na luta.
Investe o corpo; cansa o corpo amarfalhado.
Faz a redoma; habita a bolha e na disputa
do bem maior, morre o amor; faz-se amor velado.
Um coração; dois corações de “bens” inchados
sobem a serra – nesse rio não dá mais truta.
Quem casa quer casa; casório rico é “bico”,
co’as coisas de amor não se importa: já está rico.
Maionese desanda, mas fica a paixão.
Descerram-se as portas para a vida noturna
é um casal em peia que ovula além da furna;
pois ambos rifam seu fogo e seu coração.