AMOR FALHADO

AMOR FALHADO

Amor, ave que põe ovos de barro queimado;

bota o ovo; empilha os ovos – constrói uma gruta.

Traz a amada; ama a amada; se empenha na luta.

Investe o corpo; cansa o corpo amarfalhado.

Faz a redoma; habita a bolha e na disputa

do bem maior, morre o amor; faz-se amor velado.

Um coração; dois corações de “bens” inchados

sobem a serra – nesse rio não dá mais truta.

Quem casa quer casa; casório rico é “bico”,

co’as coisas de amor não se importa: já está rico.

Maionese desanda, mas fica a paixão.

Descerram-se as portas para a vida noturna

é um casal em peia que ovula além da furna;

pois ambos rifam seu fogo e seu coração.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 04/03/2010
Reeditado em 04/03/2010
Código do texto: T2119440
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