Simulação

Falar de amor, sem estar apaixonada;
De dor atroz, quando a vida me sorri...
Buscar certezas nos verbos de outra estrada;
Ter sonhos maus, acordar feito um zumbi!

Viver os dias, saber que a alvorada,
Conduz à noite, ao crepúsculo rubi;
Ao esvair-se, a visão atordoada,
Reconhecer ter falhado; não previ

Que o meu fingir era falso. Ter, assim,
A dor maior, esse espanto permanente,
Sem compreender a razão de ser poeta...

E, a uma vez, essa força, que me afeta,
Torna vazios, os momentos do presente;
E faz chorar, pelo amor longe de mim.



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