MINHA DOCE JULIETA
Um olhar de anjo... Ao nevar da noite,
De uma janela, eu o vi me vendo,
Em sorriso desprendeu-se, e foi-se
Pelos quartos da casa se escondendo.
Caiu dentro em minha alma o destempero,
O sangue se apressou, pulsou mais forte
O coração no peito em desespero.
Eu vi no paraíso a minha sorte.
Que atrevimento teve o impulso meu:
Pulei lá no jardim, fiquei à espera
Atento entre as plantas, qual Romeu,
E estando ali ao lado da janela
Eu vi mais uma vez os olhos seus,
E nunca mais deixei de estar com ela.