MINHA DOCE JULIETA

Um olhar de anjo... Ao nevar da noite,

De uma janela, eu o vi me vendo,

Em sorriso desprendeu-se, e foi-se

Pelos quartos da casa se escondendo.

Caiu dentro em minha alma o destempero,

O sangue se apressou, pulsou mais forte

O coração no peito em desespero.

Eu vi no paraíso a minha sorte.

Que atrevimento teve o impulso meu:

Pulei lá no jardim, fiquei à espera

Atento entre as plantas, qual Romeu,

E estando ali ao lado da janela

Eu vi mais uma vez os olhos seus,

E nunca mais deixei de estar com ela.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 03/03/2010
Reeditado em 04/03/2010
Código do texto: T2118358