Espelho da saudade
Espelho da saudade
O frescor daquela doce madrugada de repente
Surpreendeu-nos num bailando sob estrelas amigas
O vento que fustigava as palmeiras era nossa cantiga
Embalando sonhos radiantes do anoitecer procedente
Risadas contidas que se calavam num beijo ardente
Olhares evocando a lembrança de fingida briga
Respiração alterada num prenúncio da paixão que castiga
Refletindo as sensações de nossos corpos no ambiente
Lustres do firmamento o imaginário trazia confiante
Iluminando os vultos entre flores coloridas oscilante
Testemunhas mudas de ternas valsas de amor...
Aos poucos o passado desnudado se cobre em agonia
A vida mais parece um livro de desconhecida autoria
Presa no espelho da saudade entre gemidos de dor.
Norma Bárbara