Soneto de enfermidade
Dessa falta sua eu sofro, perturbação de saudade inquietante,
Dor que curo somente com o alívio da sua presença.
Dessa enfermidade padeço há dias: sintomas diurnos e noturnos
Que mexem e reviram minha rotina.
Vejo-me enferma por vontade, não relutei ao sentir-me doente.
A apatia pertinente traz a dúvida da cura
Tal sanidade apagaria sua presença constante nos meus dias,
Tornaria incolor o tom mais azul do céu, possível hoje porque te amo.
Enferma de amor padeço por tua boca:poder senti-la cálida e doce
Dessedentar-se na minha.E num abraço firme e longo,recuperar-me após nutrir-me com o deleite que encontro no calor de teus braços.
Sim, a cura está em tê-lo comigo sempre e amiúde.
Pois a falta sua,desconcertante,é que tira a saúde da alma e faz padecer o corpo, por esse amor que ascende e inflama.