Soneto Hoje Odiei-te
Em ver de teus olhos tanto e tamanho querer
Não pude eu em demasiado estado de paixão
Perceber em face de teu brilho enganador
Em mim apenas um objeto de tua obsessão
Das palavras que jurou-me em razão de amor
Da ansiedade reprimida por tua essência
Tomou-me de repente o desvelo dos fatos
Um sentimento insensato, uma dor, uma penitência
Prostrou-me em gélida figura à íris da verdade
De caso mera saciedade de teu sentido eu seria
Irrompeu-me n´alma um cativo desgosto
Posto em semblante meus olhares ainda enviei-te
Mas de tanto magoados em águas perdidas
Marejados dizer-te-ão: _ Hoje odiei-te!