Soneto Hoje Odiei-te

Em ver de teus olhos tanto e tamanho querer

Não pude eu em demasiado estado de paixão

Perceber em face de teu brilho enganador

Em mim apenas um objeto de tua obsessão

Das palavras que jurou-me em razão de amor

Da ansiedade reprimida por tua essência

Tomou-me de repente o desvelo dos fatos

Um sentimento insensato, uma dor, uma penitência

Prostrou-me em gélida figura à íris da verdade

De caso mera saciedade de teu sentido eu seria

Irrompeu-me n´alma um cativo desgosto

Posto em semblante meus olhares ainda enviei-te

Mas de tanto magoados em águas perdidas

Marejados dizer-te-ão: _ Hoje odiei-te!

Viviane Tavares
Enviado por Viviane Tavares em 24/02/2010
Reeditado em 25/05/2011
Código do texto: T2105132
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