Solidão
Lágrimas amigas... Por que não esqueces minha face?
Lágrimas amigas... à noite, isso é mais cruel.
Deleito-me na minha própria desgraça e catarse,
Deito-me sob os escombros da paz, sob o calor desse céu.
E aproveita-se a solidão, e tudo em mim desmorona
É que o exílio é mais real quando nos acompanham as palavras
Nada se transforma, nada existe, nada se questiona
É batalha cruel, mortífera, calada.
E reativo meus sentimentos, e tento um pouco mais
E o que reativo é resto, e sou mais orgânico agora
E os amores desamados são passado, ficaram pra trás
E em cada espinho predestinado às minhas mãos,
descubro a sorte que me salva, aquela luz estranha,
descubro o que me move, o que é puro, digno e são.