Solidão

Lágrimas amigas... Por que não esqueces minha face?

Lágrimas amigas... à noite, isso é mais cruel.

Deleito-me na minha própria desgraça e catarse,

Deito-me sob os escombros da paz, sob o calor desse céu.

E aproveita-se a solidão, e tudo em mim desmorona

É que o exílio é mais real quando nos acompanham as palavras

Nada se transforma, nada existe, nada se questiona

É batalha cruel, mortífera, calada.

E reativo meus sentimentos, e tento um pouco mais

E o que reativo é resto, e sou mais orgânico agora

E os amores desamados são passado, ficaram pra trás

E em cada espinho predestinado às minhas mãos,

descubro a sorte que me salva, aquela luz estranha,

descubro o que me move, o que é puro, digno e são.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 24/02/2010
Reeditado em 27/02/2010
Código do texto: T2104887
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