MÉTRICA
Há muito tempo não escrevo um soneto
Pautado na métrica da minha emoção,
Talvez no meu peito haja um desapreço
Pelo que de mim queira dar-se vazão.
Em mim há um sol que anoitece tão cedo!
Tantas primaveras sem me deabrochar,
Deveras num mar de enganos, sou ledo
Voar entre versos...na métrica de amar.
Poucas horas a vejo pautar os meus dias
Uma efêmera alegria...mais tênue que o ar,
Respiro entrelinhas cáustica nostalgia
Da rima que escapa a me sobressaltar.
Na rígida métrica que encarcera a poesia
Tudo é só fantasia- a me justificar.