Com toda a arte e todo o engenho
Com toda a arte e todo o engenho
Alegrou-se a Natureza ao criar-te,
Como se alegram ao contemplar-te
Os ditosos olhos que ao ver-te tenho.
Aninha-me [pois doutro ninho venho]
O sol em teu olhar a brilhar-te;
O suave perfume a perfumar-te;
O riso formoso que te mantenho.
Mas é na linda voz que te apura
Um precioso Dom da Natureza,
E quem te ouve, vê-se já enfeitiçado
Por nobre feitiço amplo de doçura.
Enfim, Senhorita, vossa beleza
Transcende o que mais belo foi encontrado.