SAUDADE!


Essa saudade sua, que não passa,
que não se vai de mim, que não desgarro,
que baila, junto aos bafos de fumaça,
a funesta fusão com meu cigarro.

Na fumaça flutua a forma escassa
de vestal desavinda, um vulto charro,
com visíveis vestígios de devassa,
constrangendo-me a crises de pigarro.

A saudade aflitiva se agiganta.
Esmurro o vidro, arrasto, com rudeza,
a foto, farto de beleza tanta!

Seu retrato, em pedaços, sobre a mesa,
o rum rebelde rasga-me a garganta...
Só falta a chuva a me chorar tristeza!

Odir, de passagem.


oklima
Enviado por oklima em 19/02/2010
Reeditado em 29/10/2010
Código do texto: T2096076
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