Homem antítese
A soberba antítese da minha vida
Um paradoxo existencial torto
O poeta vive num beco sem saída
e o homem já fede de tão morto
Já enjoado da mesma frase repetida
Meu reflexo observa-me absorto
No espelho, a minha imagem partida
Parece-me mais com um malfadado aborto
Quem me dera entender o que deu errado
No decorrer da minha embriogênese
Para originar um ser tão deturpado
Gostaria compreender a errática sinapse
Que se forma quando me sinto amargurado
Vivo-morto, preso nesta eterna êstase