Homem antítese

A soberba antítese da minha vida

Um paradoxo existencial torto

O poeta vive num beco sem saída

e o homem já fede de tão morto

Já enjoado da mesma frase repetida

Meu reflexo observa-me absorto

No espelho, a minha imagem partida

Parece-me mais com um malfadado aborto

Quem me dera entender o que deu errado

No decorrer da minha embriogênese

Para originar um ser tão deturpado

Gostaria compreender a errática sinapse

Que se forma quando me sinto amargurado

Vivo-morto, preso nesta eterna êstase

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 19/02/2010
Código do texto: T2095513
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