O mér qui min sacêia
Inspirado no soneto de Milla Pereira " a água que me saceia"
O MÉR QUI MIN SACÊIA
Por Airam Ribeiro 19/02/2010
Se nessa fonte eu incrontá o meu prazê
Vô te sugá e lambuzá cum todos os mér
Nestes favo ó minha abêia eu delicio ocê
E nessa colméia eu vejo a mais linda muié.
Quiria eu dessa colméia ser o zangão
Qui te provaci, fazê zum zum a noite intêra
Tu sintiria o tum tum forte do meu coração
Pruquê o amô é o doce mér, num é doidêra.
E se argum dia esse mér pra mim fartace
Eu sairia, e de fulô em fulô eu intão ia sugá
Inté de muitios polém nos jardim eu achace,
Antonci cum eles nas perna eu vortace
E em teu coração os polém do amô eu ia depozitá
Para que o mér de tua colméia só eu saboriace.
(Cumadi Milla Perêra)
OCÊ SACIÔ A MINHA SÊDI
I neça sedi saciada
Eu mi lambuzo no teu mér
/Num ficu cum a boca marcada
Bebu du cuânu eu quiser.
Nóis dois juntim lá na sacada
Fazênu u qui o amô dissér
Olhãnu a lua pratiada
I du restu tudu isquecer.
Nóis bebi neça mêma fonti
Mirando os zóio nus orizónti
Na porta do nossu ranchim
Ocê mi qué i ei ti querú
Vâmu siguinu cumu ispéro
Neça paxão - inté u fim!
Cumpádi Airam: feliz estou de ter lhe inspirado este belissimo soneto, em nossa bela linguagem regional caipira. Não arrisisti e tomêm dechei aqui u meu primêro suneto regional caipira. Não tão belo quanto o seu, nem tão perfeito,mas é o primeiro e espero ser perdoada. Obrigada, meu amigo querido, pela bela homenagem, Lindo domingo, beijos.
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Ora ora minha cumade, a sinhóra é qui deve de min perduá pois a sinhóra é qui é prefeçôra de soneto e sabe fazê dos bão.