SONETO ONÍRICO

No rumo do corrupto firmamento

a chuva chove a sua chuva inata

e o cavalo de som de negro vento

verticalmente voa e se arrebata.

Entra a palavra azul num pensamento,

e um silêncio de vozes de desata;

crescem mares no tanque do momento,

surge a cada canto uma cascata.

Sombras intersexuais desfilam nuas,

carregando verônicas de luas

nas caprichosas mãos de lírios e árias.

Prados viúvos se vestem de namoro

e abrem as flores guarda-chuvas de ouro

sob o sol das piscinas planetárias.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 18/02/2010
Código do texto: T2094486
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