Soneto nº 06

Deveria ter eu medo do vento

E das ondas que já se erguem nos mares,

E do frio das longas noites polares

E da morte, fim de todo acalento.

Mas não há nada que em tal sofrimento

Cause danos e também mais pesares,

Muitas lágrimas e tristes olhares,

E da vida o fim de todo o intento,

Se deixares os meus sonhos ao nada

Tal qual antes de habitar minha mente,

Pois os risos que já nessa jornada

E até o choro que rolou suavemente

Não serão mais o meu conto de fada,

Mas serão a minha dor permanente.

Leandro Domiciano
Enviado por Leandro Domiciano em 18/02/2010
Código do texto: T2094383
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