Soneto nº 06
Deveria ter eu medo do vento
E das ondas que já se erguem nos mares,
E do frio das longas noites polares
E da morte, fim de todo acalento.
Mas não há nada que em tal sofrimento
Cause danos e também mais pesares,
Muitas lágrimas e tristes olhares,
E da vida o fim de todo o intento,
Se deixares os meus sonhos ao nada
Tal qual antes de habitar minha mente,
Pois os risos que já nessa jornada
E até o choro que rolou suavemente
Não serão mais o meu conto de fada,
Mas serão a minha dor permanente.