Soneto da Compaixão
Não lamentes, oh filha, o desamor
há uma mulher vivendo no santuário.
Rogo ao Divino Filho, lá no sacrário
que a guarde em seu delicado alvor.
Não sei; o que carregas, tão abrasador
expulsa do peito a dor deste calvário.
Deixa cantar mais forte seu ideário
guarda na esperança sublime ardor.
Ouço seu choro vislumbro seu medo
Nino nos meus braços atroz segredo
E não a vejo criança, és mulher forte.
Mesmo adulta os carrego em animus
Sinto o ventre abrasado ao dar-lhes luz
Gêmeos entrelaçados; vida e morte.