Soneto 520 com Marcos Loures



*SILÊNCIO

No silêncio a rua dorme aflita
Carros que repousam na garagem
O passo não trafega nem habita
Tudo é calma na cidade aragem

Até o vento quieto se intimida
Sussurra na calada desta data
A sala da casa parece reduzida
Até a igreja sem o som vulgata

Mas o Rio está gritando liberdade
São Paulo embelezou suas nuas
Recife com o frevo em igualdade

No silêncio, as palavras falam
Procuram outras paragens ruas
Vão ao poeta que rimas cultuam
                                 sonianogueira


E faço com o nada um novo trato.
Trazendo este silêncio que me acalma,
Por mais que a realidade adentrando a alma
Prepara para a dor sobejo prato,

Se tanto me entregando já destrato
O bem que sendo imenso; nega o trauma
Perfilo em descaminhos medo e calma
E a eles com denodo, eu sigo grato.

Empedernidos dias horas vãs
Ascendo aos desencontras das manhãs
Anoitecendo em mim a primavera,

Esvaecendo o que se fez peçonha,
Poeta quando canta ou sofre, sonha
Do morto e do fantástico se gera.
                                          marcosloures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 16/02/2010
Código do texto: T2090280
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