CAMINHANTE
Nas ruas por onde anda o caminhante
Sujo e sem rumo não faz barulho
O herói anônimo é um cavaleiro errante
Que leva nas mãos um embrulho.
Se senta prostrado na calçada
Lembranças a lhe corroer a alma
O dia foi mais uma caçada
Sente que é preciso ter calma.
As mãos trêmulas desfazem o laço
O suspiro afoito sufoca o peito
Há medo, há tormento, há cansaço.
Tudo estará num instante desfeito
Pos fogo nas cartas do maço
E insanamente sorriu satisfeito.