ESTA TARDE CHOVEU...
Esta tarde choveu. Ela não veio.
Vejo a vida passar sob as marquises,
da chuva o sangue percorrendo, em cheio,
as vitrines, deixando cicatrizes.
Odeio a chuva! Como a chuva odeio!
Ela lembra o langor dos infelizes.
É dos instantes feios o mais feio,
cobre de cinza todos os matizes!
Esta tarde choveu. Neste domingo
inda bate esperança o coração,
uma esperança que não mais distingo.
Meus olhos choram chuva pelo chão,
enquanto a chuva chora o choramingo
dos vestidos do véu da solidão.
Ela não veio, mas as nuvens vão
marejando os meus versos, pingo a pingo!
Odir, de passagem
Esta tarde choveu. Ela não veio.
Vejo a vida passar sob as marquises,
da chuva o sangue percorrendo, em cheio,
as vitrines, deixando cicatrizes.
Odeio a chuva! Como a chuva odeio!
Ela lembra o langor dos infelizes.
É dos instantes feios o mais feio,
cobre de cinza todos os matizes!
Esta tarde choveu. Neste domingo
inda bate esperança o coração,
uma esperança que não mais distingo.
Meus olhos choram chuva pelo chão,
enquanto a chuva chora o choramingo
dos vestidos do véu da solidão.
Ela não veio, mas as nuvens vão
marejando os meus versos, pingo a pingo!
Odir, de passagem