SONETO DO DESNECESSÁRIO
Não quero de você nenhuma prova de amor
que o futuro vire chantagem emocional
sempre tão correto e eu assim agindo tão mal
também desprezando o que posso fazer de melhor
como se amar fosse retribuir um favor
acorrentado a vontade alheia e fútil
vitima de cegueira repentina e bem sutil
canalhice perversa em todo seu esplendor
por mais que a ostentação de posse me enoja
a carência afetiva que aumenta demais
provocando uma loteria nas escolhas
deste mundo que com alguém deseja partilha
roupa bastante gasta que não esquenta mais
é essa tua prova que a hipocrisia forja.