AMAR O PERDIDO

De tanto amar o que não tenho

Solidifiquei meu próprio amor.

E amo tanto o que não retenho,

Que fujo de todo alheio fulgor.

Tanta falta faz aquela que tanto amo,

E é tão triste amar o que não se tem.

Todo pensamento nela é um desengano,

E é tudo lindo aquilo que dela vem.

Te amar é um sortilégio,

Mas de te amar em hipérbole,

Tornou-se um amor prodígio.

Amor esse, sacramentado na eternidade

Desse peito que tem saudade

De um beijo que não te dei, mas ai que vontade.

Renann Calazans
Enviado por Renann Calazans em 09/02/2010
Código do texto: T2077943
Classificação de conteúdo: seguro